15 de September de 2025

Nossa Senhora das Dores: A Mãe que Sofre com o Filho e com a Igreja

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A devoção a Nossa Senhora das Dores nos coloca diante de um dos mistérios mais profundos da fé cristã: a união íntima de Maria com a Paixão de seu Filho. Contemplamos a Mãe de Deus não apenas como aquela que deu à luz o Salvador, mas como a Corredentora que, em silêncio e fidelidade, partilhou da dor redentora de Cristo.

As Sete Dores de Maria

A tradição da Igreja elenca as chamadas Sete Dores de Nossa Senhora, momentos nos quais seu coração foi transpassado pelo sofrimento, conforme a profecia de Simeão: “uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2,35). São elas:

1. A profecia de Simeão no Templo.

2. A fuga para o Egito.

3. A perda do Menino Jesus em Jerusalém.

4. O encontro com Jesus a caminho do Calvário.

5. A morte de Jesus na cruz.

6. A descida de Jesus da cruz.

7. O sepultamento de Jesus.

Esses episódios revelam como Maria viveu a compaixão perfeita, ou seja, sofreu com o Filho e permaneceu firme sob a cruz, quando tantos haviam fugido.

A Dimensão Espiritual do Sofrimento de Maria

Ao contemplarmos Nossa Senhora das Dores, compreendemos que seu sofrimento não foi passivo. Maria ofereceu-se em união com Cristo, consentindo em cada passo da Paixão, por amor a Deus e à humanidade.

Enquanto Eva colaborou para a queda, Maria, a Nova Eva, uniu-se a Cristo, o Novo Adão, na obra da Redenção. Por isso, os santos a chamam de Rainha dos Mártires, pois sofreu não com o corpo, mas com a alma, em intensidade maior do que qualquer martírio físico.

Reflexão para a Vida Cristã

Nossa Senhora das Dores nos ensina a:

Abraçar a cruz com fé, sem fugir do sofrimento que pode nos santificar.

Oferecer nossas dores a Deus, unindo-as ao sacrifício de Cristo.

Ter compaixão verdadeira, ou seja, sofrer com os outros, como Maria sofreu conosco e por nós.

Num tempo em que muitos fogem do sacrifício e procuram apenas o prazer imediato, Maria nos lembra que a dor, quando unida ao amor, gera salvação. O sofrimento cristão nunca é estéril: torna-se fecundo quando oferecido em união com a cruz.

Diante de Nossa Senhora das Dores, aprendemos que a verdadeira grandeza não está em evitar o sofrimento a todo custo, mas em transformá-lo em ocasião de amor e entrega a Deus. Maria permaneceu firme ao pé da cruz porque sabia que a dor não era a última palavra: após as lágrimas da Sexta-feira Santa viria a glória da Ressurreição.

Assim também nós, discípulos de Cristo, encontramos em Nossa Senhora das Dores a Mãe compassiva que nos acompanha em nossas provações e nos ensina a carregar a cruz com esperança.

“Santa Maria, Mãe das Dores, ensina-nos a permanecer fiéis junto à Cruz de Cristo, para que também participemos da glória da Ressurreição.”


Publicado em 15 de September de 2025 — Categoria: Santo do Dia
Autor: Adson Vicente